PR FALOU AOS JORNALISTAS NO NAMIBE
RNA - Muito boa tarde, Senhor Presidente!
A parte da modernização e da expansão do Porto do Namibe está a ser feita, Senhor Presidente. Mas o Porto do Namibe tem uma ligação com o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes. Está para quando a integração efectiva, quer fundamentalmente pela ferrovia, quer também pela rodovia?
PR - Bom, nós estamos a falar do Porto. O senhor está muito adiantado. Já passou para o Caminho-de-Ferro…
Eu gostaria de dizer que Angola está de parabéns, em particular a província do Namibe, que acaba de ganhar novas infra-estruturas de muito elevada importância.
Acaba de ganhar um terminal de contentores, novo e moderno, e um Terminal Mineraleiro no Sacomar, onde pretendemos não apenas receber os minérios que vêm do interior do país - das províncias da Huíla, do Cubango, do Cuando, da própria província do Namibe -, mas também desenvolver um projecto industrial de construção de uma siderurgia nacional que terá a finalidade de acrescentar valor ao minério de ferro extraído, não só nas minas do Cassinga, mas em quaisquer outras localidades onde se possa explorar o minério de ferro.
Este grande projecto, que tem várias componentes, compreendeu a construção do Terminal de contentores, do Terminal Mineraleiro. Compreende ainda uma parte que não teve início, mas vai ser a fase seguinte, que é a requalificação da Marginal da Baía do Namibe.
Dentro de anos, vamos ter uma cidade de Moçâmedes com uma face completamente nova, moderna e com infra-estruturas que, com certeza, vão contribuir para o desenvolvimento económico não apenas da província como do país.
Nós pretendemos, com a inauguração desses dois terminais, passar também para a fase da integração, com outros módulos de transporte, o rodoviário e o ferroviário, questão que o jornalista acabou de colocar.
O Caminho-de-Ferro de Moçâmedes tem que estar integrado com esta infra-estrutura portuária. Creio que o ministro terá falado no lançamento do concurso, o que vem aí, para a concessão do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes.
Portanto, esta integração será feita já no quadro desta concessão, para que um operador privado possa operar o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes.
REDE GIRASSOL - Senhor Presidente, nós conversámos com alguns empresários locais, já manifestaram regozijo pela inauguração destes dois terminais. No entanto, mostraram-se preocupados com a questão da cabotagem. Pergunto ao Senhor Presidente se dentro deste projecto há também a possibilidade de integrar a questão que tem a ver com a cabotagem para facilitar o trabalho dos empresários?
PR - O Sector dos Transportes está preocupado com a cabotagem e tem adquirido meios, nos últimos anos, para a ligação das várias cidades costeiras que têm portos. A nossa costa marítima é vasta, tem cerca de 1.600 quilómetros. Felizmente, estamos com boas infra-estruturas portuárias, de Norte a Sul, ou de Sul a Norte, já que estamos aqui no Sul.
Esta aqui de Moçâmedes, que acabámos de inaugurar; o Porto do Lobito, que foi modernizado há uns anos e que já está no quadro de uma concessão com empresas privadas; o Porto de Luanda, que também tem terminais concessionados a multinacionais de renome, que não interessa citar os nomes; o Soyo, Cabinda, que dentro de sensivelmente seis meses vai receber o grande Porto de Águas Profundas do Caio.
Se temos todas essas infra-estruturas portuárias estendidas ao longo da costa, faz todo o sentido que elas estejam interligadas, ou seja, que a cabotagem possa distribuir cargas entre umas regiões e outras, cargas daqui do Sul para o Lobito, do Lobito para Luanda, para o Soyo, para Cabinda…
Portanto, a preocupação dos empresários é justa. O Ministro dos Transportes está aqui, está a ouvir. Eu sei que a cabotagem entre Luanda e Cabinda é um facto, já existe, mas é preciso cobrir toda a costa e não ficarmos apenas pelo Norte do país.
TPA - Ainda na sequência das preocupações dos empresários com quem conversámos, defenderam mais apoios do Governo para conseguirem fazer o uso destas infra-estruturas. Que mensagem é que pode deixar aqui aos empresários, no sentido de percebermos que vão ter apoios do Executivo, até também para a questão da facilitação de financiamento?
PR - O grande apoio que nós estamos a dar aos empresários é um investimento que está a ser feito nas infra-estruturas. Não pode haver apoio maior do que este.
Os empresários não podem estar eternamente a contar com apoios indefinidos, sem serem muito concretos, porque o Governo entende que está a fazer a parte que lhe compete. Portanto, as infra-estruturas têm que ser o Governo a fazer, de resto, os empresários precisam ir à luta, como se diz.
Há concorrência entre eles. Uns têm mais sucesso, outros têm menos sucesso, mas a vida privada é mesmo assim. O sector privado é um sector de risco. Quem se mete no negócio privado tem que ter noção disso: que deve procurar ser melhor que os outros para poder ter sucesso.
Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para felicitar todos quantos estiveram envolvidos na conclusão destes projectos, portanto, deste Terminal de Contentores e do Terminal Mineraleiro, onde não vamos estar hoje. Considerámos inaugurado a partir daqui.
Agradeço à Toyota Tsusho Corporation, à Toa Corporation, todas do Japão; aos bancos, quer japoneses, quer o sul-africano, que concederam financiamento; à Agência de Crédito Japonesa, enfim, a todas aquelas entidades colectivas, sobretudo, que ajudaram o Governo angolano a tornar este grande projecto numa realidade em muito pouco tempo, em precisamente três anos.
É verdade que começámos a falar dele em 2019, mas, efectivamente, a primeira pedra só foi lançada em 2022, mais exactamente em Setembro de 2022. Portanto, é um projecto, ou melhor, dois projectos de que estamos a falar, dois terminais. Ambos foram executados neste período de três anos, o que, pela sua envergadura, é de se louvar.
Eu gostaria também de agradecer à Toyota Tsusho Corporation pela sua responsabilidade social aqui na cidade de Moçâmedes, sobretudo, com a reabilitação do edifício que vai ser um objecto cultural, parado há precisamente 50 anos.
Trata-se de uma obra que começou no tempo colonial, em 1975. Ficou paralisada até aos dias de hoje. Cinquenta anos depois, no quadro da responsabilidade social de uma das empresas envolvidas neste projecto, hoje, dentro de poucos minutos, vamos inaugurar este espaço cultural que, com certeza, vai servir bem as populações aqui da província do Namibe.
Muito obrigado!