• Primeira cirurgia robótica no país acontece hoje no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre


    A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou, segunda-feira, que a primeira cirurgia robótica é realizada hoje a um paciente com cancro da próstata, num processo a ser conduzido por médicos estrangeiros e nacionais. A cirurgia é realizada hoje no Bloco Central do Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-Pulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda. O primeiro robô cirúrgico, colocado à disposição do Serviço Nacional de Saúde, para a realização das primeiras cirurgias robóticas de cancro da próstata no país, foi instalado há dias em Luanda. A implementação deste robô no Serviço Nacional de Saúde representa, para a ministra da Saúde, um avanço significativo na medicina no país, por permitir a realização de cirurgias mais precisas e menos invasivas. Durante a apresentação do equipamento, a ministra da Saúde garantiu que as condições estão criadas para o arranque da realização efectiva da primeira intervenção cirúrgica robótica. "Há uma grande aposta por parte do Governo no sector social e a saúde não é excepção. Trazer tecnologia de ponta no domínio da saúde no país é sempre um desafio”, realçou, acrescentando que o início da cirurgia robótica, minimamente invasiva, vai reduzir o tempo de internamento, dar maior precisão e permitir o diagnóstico precoce de doenças como o cancro da próstata. Estratificação A ministra frisou que com a campanha massiva de rastreio do cancro da próstata para o diagnóstico precoce da doença, por um lado para estratificar os doentes e ver quem tem a patologia diagnosticada, os que têm condições para a cirurgia robótica vão ser encaminhados a curto espaço para a radioterapia, quimioterapia ou tratamento hormonal. Com a excepção da África do Sul, realçou, na região subsaariana, Angola é o primeiro país a realizar a cirurgia robótica. "É um processo que está sob a direcção de uma equipa médica liderada por uma autoridade mundial em cirurgia robótica, e técnicos de saúde da Advanced Health, que vão operar com especialistas angolanos. Formação e manuseio Em relação à formação e preparação de profissionais nacionais, avançou, numa primeira fase 15 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, equipa de esterilização e telecomunicações, vão ser capacitados e treinados para manusear os equipamentos, numa acção a ser feita por especialistas estrangeiros. "No momento, foi instalado um robô para assistência e depois vai haver um outro para o treinamento. Dentro de um ano, o país vai ter um outro para a realização de cirurgias ginecológicas. Estamos a fazer uma avaliação para o arranque da fase inicial. No início será um processo mais lento e didáctico. A meta é garantir a aprendizagem dos profissionais”, frisou a ministra Sílvia Lutucuta. Equipamentos Sobre a manutenção dos equipamentos, realçou, há uma equipa contratada para efectuar a assistência técnica e garantir a manutenção das máquinas. Os profissionais nacionais, adiantou, também estão a ser treinados e formados para saberem fazer a manutenção do equipamento. "É um programa que tem a duração de 5 anos para formarmos mais pessoas e termos equipas totalmente autónomas”, garantiu. Urologista oncológico Em relação à expectativa em torno da intervenção cirúrgica robótica no país do cancro da próstata, o Dr. Patel, médico urologista oncológico, explicou que a cirurgia é um marco nos serviços de saúde. "Vamos usar tratamentos padrões que vão trazer inovações em termos de cuidados e o tratamento do cancro da próstata no país”, disse. "Estamos aqui para ajudar, treinar e trabalhar em conjunto, com os jovens médicos angolanos, para que no futuro próximo tenham a autonomia de realizar cirurgias robóticas, no rastreio precoce e tratamento do cancro da próstata”, frisou o especialista norte-americano.