No encontro, que acontece momentos após Qin Gang ser recebido, em audiência, pelo Presidente da República, João Lourenço, na Cidade Alta, os diplomatas vão avaliar os níveis da cooperação bilateral estabelecida há 40 anos, 13 dos quais de parceria estratégica, bem como estudar formas de alargamento da relação diplomática a outros níveis, visando benefícios mútuos.

À margem da reunião entre Téte António e Qin Gang, que desembarcou no final da tarde de ontem em Luanda, as delegações diplomáticas de Angola e da China reúnem-se, igualmente, devendo desta troca de ideias resultar a assinatura de acordos bilaterais.

Mais do que reforçar os níveis de confiança diplomática já existentes, os chefes da diplomacia angolana e chinesa podem aproveitar o encontro de trabalho realizado na esteira da celebração dos 40 anos das relações bilaterais, para efetuarem uma retrospectiva e análise das experiências colhidas do passado e projectar as acções do futuro.

No centro da conversa entre o ministro angolano das Relações Exteriores e o homólogo da China deve estar presente, igualmente, a questão do assento permanente de África no Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma ambição dos países africanos defendida por Qin Gang, sob a justificação de que os interesses do continente berço só estarão garantidos quando o mesmo conquistar espaço suficiente no palco internacional.

No termo da visita a Angola, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros participa de um almoço, a ser oferecido pelo homólogo angolano, estando o regresso do visitante ao seu país agendado para às 15h00.

A China, a julgar pelas recentes declarações do embaixador em Angola, Gong Tao, acredita que a presença em território angolano do seu ministro dos Negócios Estrangeiros representa "um marco de elevada relevância para os dois países” e diz servir de "prova inequívoca” do grau de importância que o governo chinês atribui às relações bilaterais.

Qin Gang, de 56 anos, foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros a 30 de Dezembro do ano passado. Sucedeu a Wang Yi, 69 anos, que substituiu Yang Jiechi como o principal funcionário do governo em matéria de política externa.

O périplo do chefe da diplomacia chinesa pelo continente africano inclui, além de Angola, Etiópia, Gabão, Benim e Egipto. A opção pelo começo do reforço das relações bilaterais por África enquadra-se no cumprimento de uma tradição que perdura há mais de três décadas.

Xi Jinping felicita João Lourenço

O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, felicitou, esta quinta-feira, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, pelo 40º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países.

Na mensagem, divulgada pela Embaixada da China em Angola na sua página do Facebook, Xi Jinping disse que a relação entre Angola e a China "sempre foi sincera e amigável”, e está assente no "trabalho desenvolvido de mãos dadas” para o "entendimento em assuntos de interesse mútuo”. 

Acrescentou que a cooperação, mantida em vários domínios, permitiu a obtenção de "resultados frutíferos”. O Presidente chinês sublinhou, a propósito, que os "benefícios são tangíveis para os povos dos dois países”. 

Aproveitando a ocasião, Xi Jinping manifestou disponibilidade para trabalhar com João Lourenço no aprofundamento da cooperação, afirmando que a China tem "confiança nos laços político-diplomáticos mantidos com Angola”. 

O Chefe de Estado chinês disse, ainda, que o fortalecimento da cooperação é mutuamente benéfico”, por isso, sublinhou, "está empenhado em desenvolver cada vez mais a amizade a nível interpessoal”, na perspectiva de "escrever um novo capítulo no desenvolvimento robusto da parceria estratégica entre a China e Angola”.