• País tem 870 poços de petróleo operacionais


    O país conta com 1.630 poços perfurados, dos quais 870 operacionais e 760 inoperantes, informou, segunda-feira, em Luanda, a administradora executiva da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

    Ana Miala, que falava à imprensa, num encontro denominado "Matabicho com jornalistas”, promovido pela ANPG, disse que dos 760  poços que se encontram inoperantes, alguns serão definitivamente abandonados, em função da realidade do esgotamento das reservas, e os outros poderão ser reabertos logo que haja oportunidade.

    Para melhorar as condições de investimento no sector Petrolífero, Ana Miala disse que a concessionária nacional prevê aprovar o projecto de "Produção Incremental”, que vai permitir aos operadores dentro das concessões que já estão em produção promover investimentos.

    A gestora assegurou que o projecto de "Produção Incremental” vai trazer oportunidades para os operadores voltarem a investir nos poços e partilharem a produção.

     
    Plano estratégico

    Na ocasião, o PCA da ANPG, Paulino Jerónimo, explicou os principais planos e estratégias da agência para o período 2023-2027. O destaque recai para a implementação do projecto de gás, para garantir o fornecimento contínuo à ALNG, assim como promover o potencial de gás natural na Bacia do Kwanza, com a criação de um pólo de desenvolvimento e monetização de gás na região Centro e Sul do país.

    Para este ano, Paulino Jerónimo explicou que a agência pretende continuar a melhorar a competitividade do sector, recomendando medidas que promovam atractividade, face à crescente competitividade mundial, bem como propor uma agenda regulatória com iniciativas para monitorar a implementação de acções relacionadas com toda a cadeia de valor do Upstream do sector de Petróleo, e Upstream/Midstream do Gás e Biocombustíveis.

    O sector prevê maximizar a implementação do projecto de produção incremental, após aprovação, bem como promover programas para a implementação de infra-estruturas de movimentação de petróleo, para suporte ao escoamento da produção dos blocos. A agência pretende ainda promover a produção local de bens e serviços de apoio à indústria petrolífera e monitorar a capacidade de produção das empresas locais.

    Estão ainda em carteira a iniciativa para criar um fundo de financiamento de Conteúdo Local do sector, promover o desenvolvimento de projectos de captura e armazenamento do carbono (CCS) e acções para a redução de emissões de GEE, assim como conceber estudos de ESG para implementação de projectos energéticos renováveis.  

    O plano contempla ainda desenvolver e implementar um plano de partilha de meios e padronização de instalações, assim como desenvolver modelos e ferramentas para monitorar a eficácia dos programas de gestão de integridade das instalações (inspecção e manutenção).

    As acções visam também concluir a execução das Estratégias de Exploração 2020-2025 e de atribuição de concessões petrolíferas 2019-2025, que têm como objectivo contribuir para a manutenção da produção de uma média diária de 1 073 557 barris de petróleo (BOPD).

    No segmento dos biocombustíveis, a agência vai  implementar a estratégia de actuação, após aprovação e adequação da lei, assim como a integração energética, que visa promover a integração das novas energias na matriz energética nacional e fiscalizar as iniciativas de descarbonização.


    Balanço dos 100 dias de mandato

    As principais realizações do Conselho de Administração da ANPG , referentes aos primeiros 100 dias de mandato, foram apresentadas pelo PCA da instituição,  Paulino Jerónimo, que destacou a aprovação do projecto de Produção Incremental.

    O responsável destacou também a conclusão do processo negocial dos Blocos CON 2, CON 8 e KON 19 e de adjudicação dos Blocos 24, 49, 50 e do Novo Consórcio de Gás.

    Apresentou o projecto Kaminho no Bloco 20/11, assim como a assinatura de acordo com a ExxonMobil para impulsionar a pesquisa no Bloco 15, visando a perfuração de mais poços de exploração.

    O gestor apontou igualmente a assinatura de um acordo com a TotalEnergies para perfuração do poço Dália-Deep, no Bloco 17, e perfuração com sucesso do poço de pesquisa Likembe-1, no Bloco 15.

    Entre as realizações está ainda o levantamento e instalação dos primeiros módulos do FPSO Agogo, cuja embarcação vai ser entregue em Dezembro de 2025.