• Ministro destaca importância dos hidrocarbonetos e do sector mineiro na economia


    O sector dos Hidrocarbonetos e Mineiro representam o motor para o desenvolvimento e diversificação da economia do país, destacou, ontem, em Luanda, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

    Diamantino Azevedo, que apresentou o Programa Estratégico do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, para o quinquénio 2023-2027, durante a I edição do Conversas-Economia-100 Makas, com o tema "O que o Petróleo e o Gás (ainda) têm para dar e o que país pode esperar dos Minerais Críticos”, referiu que o pelouro que dirige representa uma bênção para o crescimento da economia nacional, cabendo aos homens saberem usar os recursos minerais em benefício das populações.

    De acordo com Diamantino Azevedo, este ano, o sector dos Petróleos representou 93,66 por cento das exportações globais do país, e o Mineiro, com 4,65 por cento, com uma contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) de 29,7 por cento, para os hidrocarbonetos, e 1,4 por cento para os mineiros.

    "O petróleo já contribuiu bastante para o país, agora é só olharmos o que tem sido feito com a contribuição deste recurso para a economia nacional. Podemos maximizar a utilização de cada barril de petróleo que produzimos, para fazermos melhor e de forma diferente, que passa pela transformação, como refinação, petroquímica, fertilizantes, uso do gás e produção de energia”, disse, acrescentando que existe uma série de utilidades do sector dos Hidrocarbonetos que o país ainda não está a desenvolver.

    "Podemos fazer muito mais com a utilização dos hidrocarbonetos, mas para que isso aconteça é necessário a participação de todos, principalmente do sector privado, empresários e académicos, para podermos fazer melhor uso deste recurso”, destacou.

    Diamantino Azevedo disse que o Governo tem estado a trabalhar na captação de investidores internacionais para a estabilização da produção de petróleo no país.

    "O objectivo do Governo não é aumentar a produção, mas estabilizá-la em cerca de um milhão de barris, por isso é que temos estado a captar investimento estrangeiro. Aliás, a competitividade hoje é maior, porque existem países a descobrirem petróleo em África e em outros pontos do mundo”, notou.

    Transição energética

    Para o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a transição energética é um outro desafio do Executivo angolano.

    Nesta matéria, segundo afirmou, o Governo está apostado na redução da queima rotineira de gás, redução das emissões fugitivas e venting nos equipamentos e unidades de estocagem de crude e combustíveis.

    O Governo, disse, está também a substituir compressores a diesel por gás, desenvolver estratégia de produção de biocombustíveis, construir centrais fotovoltaicas, como a do Caraculo, no Namibe, com capacidade de 25 megawatts, e da Quilemba, na Huíla, com capacidade de 60 megawatts, implementação da fábrica de hidrogénio verde e o estudo sobre a possibilidade de construção de uma Bio-refinaria (Sonangol/ENI), implementação do projecto Carbono Azul (SNL e Otchi- va) e do projecto Mundo Azul (ANPG, Azule e Otchiva) de plantação de mangais.

    Atenuar o declínio

    O Programa Estratégico do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, para 2023-2027, visa impulsionar e intensificar a reposição de reservas, visando atenuar o declínio acentuado da produção de hidrocarbonetos, estabilização dos níveis de produção, mantendo-os acima de 1 milhão de barris/dia, até 2027, e o desenvolvimento de campos petrolíferos, incluindo campos marginais e o desenvolvimento de campos maduros.

    O Governo, garantiu, vai dar continuidade à estratégia de exploração de hidrocarbonetos de 2020-2025 e definir a estratégia para 2026-2030, prosseguir com a implementação da estratégia de atribuição de concessões petrolíferas de 2019-2025 e definir a nova estratégia para 2026-2030, bem como continuar com o Regime de Oferta Permanente, assim como a conclusão da elaboração do Plano Director do Gás.

    Segundo o ministro Diamantino Azevedo, no quadro da política de estabilização da produção de petróleo bruto, entre 2019/2023, foram adjudicadas 32 concessões petrolíferas, 16 por licitação, 16 por atribuição directa e 15 blocos em Regime de Oferta Permanente.

    Para os próximos anos, o Executivo prevê concluir os estudos da Bacia de Kassanje e o início do Estudo da Bacia do Etosha-Okavango. Este ano, de acordo com o ministro dos Recursos MInerais, Petróleo e Gás, vaão entrar em produção mais de 25 poços, nos Bloco 0, 14, 15, 15/06, 17, 31 e 32, bem como a entrada/reinício de produção dos campos Raia, Airoga e Tubarão (2/5), Mpungi e Cabaça Sudeste (15/6).

    Mais investimentos para manter a produção

    O especialista em energia e recursos minerais Flávio Inocêncio destacou que o encontro serviu para os angolanos tomarem conhecimento do que está a ser feito no sector Petrolífero, em especial para a manutenção da produção em cerca de um milhão de barris por dia.

    Para o especialista, com os novos investimentos no sector, o declínio, que se estimava em um milhão de barris, poderá baixar para 600 mil, pelo facto de o Governo apostar em atrair novos investidores estrangeiros.

    O economista Carlos Rosa- do de Carvalho, promotor do evento, espera que o sector dos Hidrocarbonetos contribua para o crescimento da economia nacional com as receitas que arrecada todos os anos em benefício das populações.

    "O petróleo tem feito aquilo que lhe cabe, que é arrecadar receitas. Este sector é dos mais eficientes da economia angolana. Agora, a grande preocupação passa pela utilização das receitas em benefício da economia”, ressaltou.