O Presidente da República, João Lourenço, abordou terça-feira, ao telefone, com o homólogo da França, Emmanuel Macron, o estado das relações bilaterais e outras questões de natureza regional.

A informação, avançada pela Presidência da República e pelo Palácio do Eliseu, partilhada pela Embaixada de França em Angola, sublinha que os Chefes de Estado saudaram o aprofundamento das relações económicas entre os dois países, para além  do desenvolvimento da cooperação, nomeadamente nos domínios da Saúde, Agricultura, Ensino Superior e da Investigação Científica,

O documento acrescenta que João Lourenço e Emmanuel Macron partilharam profunda preocupação com a situação no Leste da República Democrática do Congo e, em especial, no Kivu do Norte. Para o efeito, o Presidente francês, disse apoiar os esforços do Chefe de Estado angolano no sentido de mediar a crise entre a República Democrática do Congo e o Rwanda, na Região dos Grandes Lagos, com o objectivo de encontrar uma solução pacífica para os problemas que preocupam os dois países vizinhos.

Com a França a acolher a Cimeira da Francofonia em Outubro deste ano, Emmanuel Macron manifestou o desejo de ver Angola aderir à Organização Internacional da Francofonia como membro de pleno direito.

Durante as conversações, refere o comunicado, os Chefes de Estado concordaram em continuar a trabalhar em matérias sobre questões globais.

No último mês de Março, João Lourenço e Emmanuel Macron avaliaram, igualmente, por via telefónica, o nível da cooperação entre os dois países.

As relações entre Angola e França têm estado a crescer significativamente nos últimos anos, tendo isso ficado evidente com a visita que Emmanuel Macron efectuou a Angola, em Março do ano passado, no quadro do reforço da cooperação entre os dois países.

Na sequência disso, o Presidente João Lourenço manifestou, em Julho do mesmo ano, o desejo de intensificar a cooperação bilateral entre os dois países, em domínios vitais capazes de impulsionar o progresso e o desenvolvimento do país, para além de fortalecer os mecanismos de actuação da nação europeia em prol da promoção do bem-estar da Humanidade.

O estadista angolano enviou felicitações pelo Dia da França na mensagem que endereçou ao homólogo Emmanuel Macron, considerando que a data "simboliza a coragem, o espírito patriótico e combativo” do povo francês, que teve sempre no cerne das aspirações a construção de uma nação assente nos princípios da liberdade, igualdade, fraternidade e unidade dos cidadãos.

A França tem mantido relações diplomáticas com Angola desde a Independência a 11 de Novembro de 1975. O primeiro acordo, assinado em 1982, lançou as bases da cooperação bilateral com um dos principais parceiros económicos do país, responsável por uma presença muito forte no sector petrolífero e pretende alargar o intercâmbio noutros domínios. Mais de 70 empresas francesas operam em Angola e proporcionam cerca de 10 mil empregos.

Os Governos de Angola e da França rubricaram, no ano passado, em Luanda, no Palácio Presidencial, quatro instrumentos jurídicos, em cerimónia testemunhada pelos Presidentes João Lourenço e Emmanuel Macron.

Trata-se dos Acordos para o Financiamento entre a República de Angola e a Agência Francesa para o Desenvolvimento e de Facilitação de Crédito entre a República de Angola e esta instituição francesa.

O primeiro instrumento jurídico foi rubricado pelo chefe da diplomacia angolana, Téte António, e pelo director-geral da Agência Francesa para o Desenvolvimento, Rémy Rioux, que também assinou o segundo acordo com a ministra angolana das Finanças, Vera Daves de Sousa.

Outros dois acordos são o Contrato para Concepção, Fabrico e Fornecimento de um Sistema de Satélite de Observação da Terra, e a Adenda a este Contrato que foram rubricados pelo ministro angolano das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, e pelo presidente da empresa francesa Airbus Defense and Space SAS, Jean–Mare Nasr.