• ESFORÇO RECONHECIDO - FMI elogia capacidade de reembolso de Angola


     

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou hoje, 04, a resiliência económica de Angola, destacando os progressos alcançados desde o início do programa de assistência financeira em 2018. De acordo com a agência Lusa, que cita dados de avaliação pós-programa, a capacidade do país de cumprir o pagamento ao Fundo é considerada adequada, embora sujeita a riscos.

    Na análise, tornada pública esta quinta-feira, dia 4, no âmbito da avaliação pós-programa de assistência financeira que decorreu de 2018-21, com um financiamento de 4,5 mil milhões de dólares, o FMI sublinha que Angola demonstrou resiliência perante os desafios significativos de 2023, incluindo a redução na produção e nos preços do petróleo.

    A instituição reconhece o esforço contínuo das autoridades angolanas na implementação das reformas económicas iniciadas durante o programa, focadas na gestão orçamental, na mobilização de receitas, na gestão da dívida, na política monetária e na estabilidade financeira, contribuiu para fortalecer a resiliência da economia de Angola.

    O FMI destaca ainda que o crescimento económico permaneceu positivo em 2023, impulsionado pela recuperação da produção petrolífera no último trimestre do ano, e prevê uma estabilização com expansão média de 3,2% a médio prazo, desde que o Governo mantenha as reformas estruturais em curso e a agenda de diversificação.

    “Apesar de um pico na inflação devido à depreciação do kwanza e restrições na oferta, o FMI antecipa uma redução gradual dos preços na segunda metade deste ano, com uma melhor transmissão da política monetária para a economia real e o desvanecimento dos choques na oferta”, refere o relatório.

    Na análise, o FMI projecta uma melhoria na inflação de 25,7% este ano para 16,3% em 2025, acompanhada por uma queda no rácio da dívida em relação ao PIB, de 3,3 mil milhões de dólares no ano passado para 2,6 mil milhões de dólares em 2024 e 2,3 mil milhões de dólares em 2025, respectivamente.

    Entre as recomendações, o FMI destaca a importância de Angola manter o ajuste orçamental, racionalizando despesas, e destaca a necessidade contínua de reforma nos subsídios aos combustíveis, com medidas de mitigação para apoiar os vulneráveis, além de uma comunicação estratégica proactiva.

    Adicionalmente, o Fundo sublinha a importância da coordenação entre o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola nas operações do mercado financeiro para gerir a liquidez interbancária, melhorar a estabilidade dos preços e fortalecer o quadro orçamental.

    Em jeito de conclusão, o organismo destaca a vitalidade de melhorar a estabilidade financeira e implementar um amplo conjunto de reformas estruturais para melhorar o ambiente de negócios e sustentar o crescimento, face ao contexto de declínio prolongado no sector petrolífero.

    Igualmente uma maior abordagem das questões relacionadas com a governação, a igualdade de sexos e as alterações climáticas continua a ser fundamental para o país alcançar a diversificação da economia e o crescimento