• ECONOMIA Importação de bens alimentares regista descida de 17,9 por cento


    A importação de produtos alimentares no país registou uma descida de 17,9 por cento, durante os dois primeiros trimestres de 2024.

    O dado consta do documento apresentado na reunião ordinária do Conselho da República, realizada nesta quarta-feira, 21 de Agosto, em Luanda, sob orientação do Presidente da República, João Lourenço.

    De acordo com o documento, os principais bens que contribuíram para essa redução foram o óleo de palma com ( 79,8 por cento), óleo alimentar ( 67,1 por cento), coxa de frango (34,3 por cento) e o arroz com 8,4 por cento.

    Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, que fez a apresentação dos resultados sobre a segurança alimentar e produção nacional, além de outros bens, a importação do açúcar também registou uma queda de 56 por cento no período em análise.

    “Temos uma queda acentuada da variação do índice de preços do consumidor mensal. Portanto, nos últimos três meses, a queda continua, os preços sobem a um ritmo mais lento, o que resulta de uma maior oferta, sobretudo dos produtos nacionais. Como verificámos, do lado das importações, continuamos a verificar a sua substituição”, frisou.

    No que se refere ao impacto sobre o mercado cambial, José de Lima Massano afirmou que a redução de importações de bens alimentares, em 2023, gerou uma poupança directa de cerca de 940 milhões de dólares.

    Com vista a elevar os níveis de segurança alimentar e nutricional, o Governo está desenvolver iniciativas que permitem cerca de 1,2 milhões de famílias receberem apoio técnico para aumentar os níveis de produtividade, suportadas por cerca de sete mil escolas de campo.

    Neste contexto, 400 produtores do sector empresarial de pequenas dimensões foram apoiados no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Agricultura Comercial nas províncias do Cuanza Sul, Cuanza Norte, Huambo, Bié, Huíla e Malanje, além da reformulação dos institutos agrários com apoio da União Europeia.

    O documento revela ainda que, para a Campanha Agrícola 2024/2025, o Executivo irá disponibilizar cerca de 200 mil toneladas de fertilizantes, das quais um lote de 41 mil foram já adquiridas, assim como 12 mil toneladas de sementes para programas de apoio à agricultura familiar.

    Por sua vez, o Fundo de Apoio de Desenvolvimento Agrário (FADA) esta a disponibilizar cerca de dois mil motocultivadoras ou equipamentos de tracção às cooperativas em regime de crédito.

    Neste momento, disse José de Lima Massano, está disponível, por via da banca comercial, o Crédito Agrícola de Campanha e foi já regulamentado o mecanismo de garantias soberanas para apoio à produção nacional.

    O Governo prevê um crescimento global do sector agropecuário de 8,3 por cento no ciclo 2024/2025, permitindo acelerar a meta de redução da insegurança alimentar que deverá afectar menos de 21 por cento da população até final do quinquénio.

    O Ministro de Estado para a Coordenação Económica asseverou que a indústria de moagem tem apresentado alguma robustez, com destaque para a produção de derivados de cereais.

    “O óleo de soja teve um crescimento bastante acentuado de 151 por cento. Portanto, nós deixamos de importar, em grande escala, o produto final”, sublinhou.

    O Produto Interno Bruto (PIB), no primeiro semestre deste ano, registou um crescimento que revela uma trajetória de maior dinamismo da economia, potenciado pelo sector agropecuário.

    O ministro de Estado afirmou que o PIB continua a crescer, sendo que no quarto trimestre do ano passado já registava um crescimento de 6,2 por cento e neste primeiro trimestre de 2024 voltou a crescer 4,6 por cento.

    Quanto à produção pecuária, segundo os resultados de 2023, o país conta com um grau de coberta interna de 99,9 por cento para a carne caprina, 84,3 por cento para carne bovina, 26,4 para suína e 18,2 por cento para o frango.

    Já para o sector das pescas, o grau de cobertura da produção interna fixou-se em 102,7 por cento.