• Biliões de pessoas perderam o acesso à água tratada e a higiene


    O presidente da Assembleia Geral das Nações, Dennis Francis, lamentou, terça-feira, o facto de biliões de pessoas perderem o acesso à água tratada, saneamento e à higiene, situação que, para as mulheres, em particular, não é apenas inconveniência, mas ciclo de opressão que as afunda, ainda mais, no abismo da desigualdade de género, limitando as suas oportunidades em todos os aspectos da vida.

    Neste sentido, Dennis Francis defendeu que para se alcançar, tanto a sustentabilidade quanto à paz, é necessária uma aposta constante na igualdade de acesso à água.

    "Alcançar o acesso universal e equitável em 2030 requer uma aceleração substancial dos nossos esforços actuais”, sublinhou, acrescentando que é preciso os Estados adoptarem uma abordagem holística para o manejamento da água, integrando inovações, soluções baseadas em evidências, investimentos aumentados e colaboração avançada entre todos os actores.

    "Os nossos esforços colectivos aqui em Dushanbe devem basear-se no sucesso da Conferência de Água de 2023 e pavimentar um caminho robusto para a Conferência de 2026 e a Conferência da Água da ONU de 2028”, ressaltou.

    O anfitrião da Conferência, o Chefe de Estado do Tadjiquistão, Emomali Rahmon, aconselhou os países a seguirem o roteiro traçado pela Década da Acção da Água para o Desenvolvimento Sustentável, de modo que sejam ultrapassados os problemas relacionados com a segurança hídrica e energética em que muitos países ainda vivem.

    Emomali Rahmon fez também uma incursão do que aconteceu, em 2020, quando se teve a iniciativa de trazer o tema da água para o decênio 2018-2028, tendo destacado, igualmente, as iniciativas que o Tadjiquistão tem levado a cabo no âmbito das águas e da cooperação com os países da Ásia Central.

    Ao fazer um balanço dos progressos realizados na implementação dos compromissos voluntários da Agenda de Acção para a Água e os resultados da Água 2023 das Nações Unidas, o Vice-Presidente do Zimbabwe, Constantino Chiwenga, referiu que o seu Governo está empenhado em metas de Água, Saneamento e Higiene (WASH) sustentáveis e seguras.

    Segundo Constantino Chiwenga, que interveio na sessão de abertura, o Zimbabwe está a acelerar a implementação da Década de Acção no âmbito dos pilares da governação, financiamento, dados e informação, inovação e desenvolvimento de capacidades, conforme previsto no ODS 6.

    "Tenho o prazer de salientar que houve progressos significativos no sector WASH no Zimbabwe, sendo  que a última avaliação dos serviços WASH, conduzido pelo Comité de Avaliação dos Meios de Subsistência do Zimbabwe, em 2023, observou um aumento no acesso à água potável nas áreas rurais para 84 por cento e saneamento em áreas urbanas para 80 por cento”, disse.

     
    Zâmbia e a segurança hídrica

    A Vice-Presidente da Zâmbia,  Mutale Nalumango, frisou que a expectativa é de que a Conferência seja utilizada como um fórum viável para a promoção da inovação, pesquisa e partilha das melhores práticas para se encontrar soluções sustentáveis para os desafios globais complexos que ameaçam a segurança hídrica.

    Mutale Nalumango considerou o evento de Alto Nível como uma oportunidade dos Estados reflectirem sobre o que se alcançou, bem como renovar os compromissos para uma acção urgente, de modo a atender as aspirações nos próximos quatro anos.

    "Não tenho dúvidas de que esta reunião nos dá ainda mais a decisão e dedicação para trocar ideias sobre os assuntos que vão garantir a sustentabilidade na gestão dos recursos hídricos”, sublinhou a Vice-Presidente zambiana, sem avançar qualquer dado do seu país sobre a implementação dos compromissos voluntários sobre a Acção da Água.