• BARRAGEM DA MATALA REINAUGURADA - DECLARAÇÕES À IMPRENSA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


    RNA- Senhor Presidente, depois desta visita guiada que efectuou, que comentários se lhe oferece fazer em relação a esta obra? E gostaria de saber se projectos desta natureza poderão surgir noutras províncias?
    ■ PR- Bom...é evidente que, no momento da inauguração, o sentimento que temos é sempre de alegria, um sentimento de cumprimento parcial da nossa responsabilidade em oferecer cada vez mais energia e água ao país. E digo "parcial" porque estamos satisfeitos mas temos a noção de que nem tudo está feito. Em matéria de produção e distribuição de energia e de água, o país ainda tem muito por fazer. Referimo-nos aqui à região Centro-Sul, à Barragem do Gove, a esta barragem da Matala que beneficiou desta reabilitação, aumentando a sua capacidade de produção. Mas temos outras barragens aqui na Bacia do Cunene por construir, nomeadamente as barragens de Jamba Ya Mina, Jamba Ya Oma, que são mais barragens para regularização do caudal do Rio Cunene. E a maior delas é a Barragem de Baynes, que é um projecto binacional entre os dois países vizinhos, Angola e a República da Namíbia.
    Nós estamos apostados em desenvolver o nosso país e, para haver desenvolvimento, sem sombra de dúvidas que tem de haver uma forte aposta, quer na produção, quer na distribuição de energia e de água.
    Nós temos duas grandes bacias, a principal delas é a Bacia do Kwanza, onde já temos três grandes barragens, nomeadamente as barragens de Capanda, de Laúca e de Cambambe, que beneficiou também de um alteamento, aumentando a sua capacidade de produção.
    Está neste momento em construção a grande Barragem de Caculo Cabaça, aquela que será a maior de todas no país, embora para essa mesma Bacia do Kwanza estejam previstas - porque existe essa possibilidade, e não vamos desperdiçar essa possibilidade de se construir mais três barragens - a do Nzenzo, a do Túmulo do Caçador e uma terceira mais pequena, que vai produzir apenas 300 megawatts. A do Nzenzo 1.000 megawatts, a do Túmulo do Caçador 500, totalizando, portanto, 1.800 Megawatts, que não é de se desperdiçar. A acrescer àquilo que já se produz nas três grandes barragens, o que virá a produzir-se em Caculo Cabaça, só a bacia do Kwanza vai produzir pelo menos 7 mil Megawatts de energia, que serão injectados paulatinamente na Rede Nacional de Transportação de Energia.
    Das 18 províncias do país, apenas 10 estão interligadas, o que significa que, talvez, mais do que nos preocuparmos em continuar a investir na produção - não estou a descurar essa necessidade, é importante - a prioridade das prioridades neste momento é, sem sombra de dúvidas, apostarmos na transportação e distribuição da energia, de tal forma que todos os cidadãos angolanos possam passar a beneficiar deste bem precioso que é a energia, e atrás do qual vem todo o resto, sem perder de vista também a possibilidade de se poder exportar energia para os países vizinhos, nomeadamente, para a região do cooper belt, tanto na Zâmbia e RDC, assim como injectar energia na rede da SADC, a partir daqui do Sul de Angola, a partir do Ruacaná. Resumindo, estamos satisfeitos, mas ainda temos tudo isso por fazer: construir Baynes, construir Nzenzo, construir Túmulo do Caçador e quem sabe mais…
    ●●●
    REDE GIRASSOL- O Senhor Presidente falou da importância de projectos de energia e também de água. A província da Huíla tem graves problemas de água, é ciclicamente afectada pela seca. O que é que está a ser feito para mitigar essa questão, quer água para consumo humano, quer água para a agricultura e abeberamento do gado?
    ■ PR- Nós temos projectos em carteira e com a previsão de arranque para muito em breve, quer para abastecer as populações da cidade do Lubango - cidade que tem um déficit grande em matéria de fornecimento de água -, quer projectos para, no quadro do combate à seca no Sul da Angola, beneficiar não só as populações do interior da província, como também o gado que, como sabemos, é das principais riquezas dos povos do Sul de Angola. Eu não vou precisar de datas, mas ainda esta manhã estive a conversar com o ministro [da Energia e Águas], as autorizações foram feitas há bastante tempo. Os financiamentos estão garantidos, quer para o projecto da cidade do Lubango, quer para as albufeiras, as barragens, no quadro do combate à seca no Sul de Angola. Para concluir, talvez dizer que, deste programa, o amplo programa de combate à seca no Sul de Angola, nós priorizamos o Cunene. No Cunene foi feito o Canal do Cafu e estão neste momento em execução mais três: o Ndué, Calucuve e Cova do Leão. E praticamente, para o Cunene, em termos de grandes projectos, ficam concluídos no próximo ano. Portanto, vai deixar de ser preocupação para o Estado angolano a província do Cunene.
    Estamos agora a nos virar para as outras duas, nomeadamente para a Huíla, para a cidade do Lubango, a região dos Gambos, e para a província vizinha do Namibe, onde, para além de pequenos projectos de água, temos aquelas grandes seis barragens, cuja construção deve arrancar em breve.
    ●●●
    ANGOP - Senhor Presidente, nós acompanhámos durante a apresentação na sala que, com as perspectivas de electrificação da Huíla, abrem-se também portas para a região de Cassinga, sobretudo as zonas de produção mineira. Há recursos para estes desafios?
    ■ PR- Se esteve atento, na apresentação do vídeo que foi passado há uma empresa turca que vai construir essa linha de transportação de energia para a região mineira de Cassinga.
    A questão do financiamento, que é quase sempre o grande handicap, está resolvida, está ultrapassada. Portanto, a qualquer momento esse projecto vai ter início. Até porque temos pressa em ver o projecto de exploração do minério de ferro em Cassinga a arrancar, precisa-se de energia, assim como o projecto industrial que está ligado a esse projecto mineiro, que é a construção da fábrica de produção de aço na cidade de Moçâmedes, ali na Baía de Moçâmedes, na região do Sacomar.
    ●●●
    O PAÍS - Senhor Presidente, estamos na Matala, onde se situa a barragem, e ao seu lado está o canal de irrigação que tem vários hectares de terras aráveis. Infelizmente, os camponeses que operam nestas áreas ainda reclamam a falta de acessos para o escoamento da produção. Que atenção o Executivo tem para as estradas que ligam os grandes centros de produção aos comerciais?
    ■ PR- Bom, isto é um problema que não é apenas daqui. Nós precisamos de melhorar, de uma forma geral, o estado de conservação das nossas vias de comunicação, das nossas estradas, mas isso não pode, não deve servir de desculpa para a falta de produção. É como se costuma dizer: o que é que chegou primeiro, o ovo ou a galinha? Eu diria que vieram juntos. Portanto, para haver ovo, tem que haver galinha, para haver galinha, tem que haver ovo.
    Ninguém tem que esperar pelo outro. Quem tem a missão de produzir, que produza! Quem tem a missão de manter em bom estado as vias de comunicação, também deve fazê-lo, de preferência em simultâneo com o processo de produção.
    Nós ouvimos muitas vezes esse tipo de lamentação e as pessoas que o fazem estão no direito de o fazer, mas nunca dizem que "vou cruzar os braços", "não vou produzir absolutamente nada, porque a via que liga a minha zona de produção não está em bom estado". Não está hoje, vai estar amanhã. Nalguns casos até, para o caso sobretudo dos empresários agrícolas, aqueles que têm grande capacidade financeira, em muitos casos eles devem substituir o Estado.
    Pequenos troços de estrada que dão acesso às suas fazendas, o próprio fazendeiro também pode fazer, pode melhorar a via. Não tem que esperar pelo Estado. É obrigação do Estado sim senhor, a gente sabe que sim, mas todos nós temos que fazer alguma coisa para melhorar o estado das nossas vias.
    O país é grande, temos muitos quilómetros de estrada, quer de estradas principais - estradas que em princípio são asfaltadas -, quer estradas secundárias e terciárias em terra batida, que são mais rápidas e menos custosas de se fazer, mas que também são as que mais rapidamente se degradam, até mesmo pelo volume de chuvas que acontece todos os anos.
    Essas estradas de terra batida carecem de uma manutenção permanente. Fazemos hoje, a chuva desfaz, e temos que voltar a fazer, e assim não temos forma de evitar que assim seja.RNA- Senhor Presidente, depois desta visita guiada que efectuou, que comentários se lhe oferece fazer em relação a esta obra? E gostaria de saber se projectos desta natureza poderão surgir noutras províncias?
    ■ PR- Bom...é evidente que, no momento da inauguração, o sentimento que temos é sempre de alegria, um sentimento de cumprimento parcial da nossa responsabilidade em oferecer cada vez mais energia e água ao país. E digo "parcial" porque estamos satisfeitos mas temos a noção de que nem tudo está feito. Em matéria de produção e distribuição de energia e de água, o país ainda tem muito por fazer. Referimo-nos aqui à região Centro-Sul, à Barragem do Gove, a esta barragem da Matala que beneficiou desta reabilitação, aumentando a sua capacidade de produção. Mas temos outras barragens aqui na Bacia do Cunene por construir, nomeadamente as barragens de Jamba Ya Mina, Jamba Ya Oma, que são mais barragens para regularização do caudal do Rio Cunene. E a maior delas é a Barragem de Baynes, que é um projecto binacional entre os dois países vizinhos, Angola e a República da Namíbia.
    Nós estamos apostados em desenvolver o nosso país e, para haver desenvolvimento, sem sombra de dúvidas que tem de haver uma forte aposta, quer na produção, quer na distribuição de energia e de água.
    Nós temos duas grandes bacias, a principal delas é a Bacia do Kwanza, onde já temos três grandes barragens, nomeadamente as barragens de Capanda, de Laúca e de Cambambe, que beneficiou também de um alteamento, aumentando a sua capacidade de produção.
    Está neste momento em construção a grande Barragem de Caculo Cabaça, aquela que será a maior de todas no país, embora para essa mesma Bacia do Kwanza estejam previstas - porque existe essa possibilidade, e não vamos desperdiçar essa possibilidade de se construir mais três barragens - a do Nzenzo, a do Túmulo do Caçador e uma terceira mais pequena, que vai produzir apenas 300 megawatts. A do Nzenzo 1.000 megawatts, a do Túmulo do Caçador 500, totalizando, portanto, 1.800 Megawatts, que não é de se desperdiçar. A acrescer àquilo que já se produz nas três grandes barragens, o que virá a produzir-se em Caculo Cabaça, só a bacia do Kwanza vai produzir pelo menos 7 mil Megawatts de energia, que serão injectados paulatinamente na Rede Nacional de Transportação de Energia.
    Das 18 províncias do país, apenas 10 estão interligadas, o que significa que, talvez, mais do que nos preocuparmos em continuar a investir na produção - não estou a descurar essa necessidade, é importante - a prioridade das prioridades neste momento é, sem sombra de dúvidas, apostarmos na transportação e distribuição da energia, de tal forma que todos os cidadãos angolanos possam passar a beneficiar deste bem precioso que é a energia, e atrás do qual vem todo o resto, sem perder de vista também a possibilidade de se poder exportar energia para os países vizinhos, nomeadamente, para a região do cooper belt, tanto na Zâmbia e RDC, assim como injectar energia na rede da SADC, a partir daqui do Sul de Angola, a partir do Ruacaná. Resumindo, estamos satisfeitos, mas ainda temos tudo isso por fazer: construir Baynes, construir Nzenzo, construir Túmulo do Caçador e quem sabe mais…
    ●●●
    REDE GIRASSOL- O Senhor Presidente falou da importância de projectos de energia e também de água. A província da Huíla tem graves problemas de água, é ciclicamente afectada pela seca. O que é que está a ser feito para mitigar essa questão, quer água para consumo humano, quer água para a agricultura e abeberamento do gado?
    ■ PR- Nós temos projectos em carteira e com a previsão de arranque para muito em breve, quer para abastecer as populações da cidade do Lubango - cidade que tem um déficit grande em matéria de fornecimento de água -, quer projectos para, no quadro do combate à seca no Sul da Angola, beneficiar não só as populações do interior da província, como também o gado que, como sabemos, é das principais riquezas dos povos do Sul de Angola. Eu não vou precisar de datas, mas ainda esta manhã estive a conversar com o ministro [da Energia e Águas], as autorizações foram feitas há bastante tempo. Os financiamentos estão garantidos, quer para o projecto da cidade do Lubango, quer para as albufeiras, as barragens, no quadro do combate à seca no Sul de Angola. Para concluir, talvez dizer que, deste programa, o amplo programa de combate à seca no Sul de Angola, nós priorizamos o Cunene. No Cunene foi feito o Canal do Cafu e estão neste momento em execução mais três: o Ndué, Calucuve e Cova do Leão. E praticamente, para o Cunene, em termos de grandes projectos, ficam concluídos no próximo ano. Portanto, vai deixar de ser preocupação para o Estado angolano a província do Cunene.
    Estamos agora a nos virar para as outras duas, nomeadamente para a Huíla, para a cidade do Lubango, a região dos Gambos, e para a província vizinha do Namibe, onde, para além de pequenos projectos de água, temos aquelas grandes seis barragens, cuja construção deve arrancar em breve.
    ●●●
    ANGOP - Senhor Presidente, nós acompanhámos durante a apresentação na sala que, com as perspectivas de electrificação da Huíla, abrem-se também portas para a região de Cassinga, sobretudo as zonas de produção mineira. Há recursos para estes desafios?
    ■ PR- Se esteve atento, na apresentação do vídeo que foi passado há uma empresa turca que vai construir essa linha de transportação de energia para a região mineira de Cassinga.
    A questão do financiamento, que é quase sempre o grande handicap, está resolvida, está ultrapassada. Portanto, a qualquer momento esse projecto vai ter início. Até porque temos pressa em ver o projecto de exploração do minério de ferro em Cassinga a arrancar, precisa-se de energia, assim como o projecto industrial que está ligado a esse projecto mineiro, que é a construção da fábrica de produção de aço na cidade de Moçâmedes, ali na Baía de Moçâmedes, na região do Sacomar.
    ●●●
    O PAÍS - Senhor Presidente, estamos na Matala, onde se situa a barragem, e ao seu lado está o canal de irrigação que tem vários hectares de terras aráveis. Infelizmente, os camponeses que operam nestas áreas ainda reclamam a falta de acessos para o escoamento da produção. Que atenção o Executivo tem para as estradas que ligam os grandes centros de produção aos comerciais?
    ■ PR- Bom, isto é um problema que não é apenas daqui. Nós precisamos de melhorar, de uma forma geral, o estado de conservação das nossas vias de comunicação, das nossas estradas, mas isso não pode, não deve servir de desculpa para a falta de produção. É como se costuma dizer: o que é que chegou primeiro, o ovo ou a galinha? Eu diria que vieram juntos. Portanto, para haver ovo, tem que haver galinha, para haver galinha, tem que haver ovo.
    Ninguém tem que esperar pelo outro. Quem tem a missão de produzir, que produza! Quem tem a missão de manter em bom estado as vias de comunicação, também deve fazê-lo, de preferência em simultâneo com o processo de produção.
    Nós ouvimos muitas vezes esse tipo de lamentação e as pessoas que o fazem estão no direito de o fazer, mas nunca dizem que "vou cruzar os braços", "não vou produzir absolutamente nada, porque a via que liga a minha zona de produção não está em bom estado". Não está hoje, vai estar amanhã. Nalguns casos até, para o caso sobretudo dos empresários agrícolas, aqueles que têm grande capacidade financeira, em muitos casos eles devem substituir o Estado.
    Pequenos troços de estrada que dão acesso às suas fazendas, o próprio fazendeiro também pode fazer, pode melhorar a via. Não tem que esperar pelo Estado. É obrigação do Estado sim senhor, a gente sabe que sim, mas todos nós temos que fazer alguma coisa para melhorar o estado das nossas vias.
    O país é grande, temos muitos quilómetros de estrada, quer de estradas principais - estradas que em princípio são asfaltadas -, quer estradas secundárias e terciárias em terra batida, que são mais rápidas e menos custosas de se fazer, mas que também são as que mais rapidamente se degradam, até mesmo pelo volume de chuvas que acontece todos os anos.
    Essas estradas de terra batida carecem de uma manutenção permanente. Fazemos hoje, a chuva desfaz, e temos que voltar a fazer, e assim não temos forma de evitar que assim seja.