Os dados do comércio em 2023 mostram que houve uma redução da importação de carne bovina, numa cifra de cerca de 43 por cento, pela razão de o espaço estar a ser ocupado pela produção nacional.
Este reconhecimento foi expresso, quinta-feira, no Lubango, província da Huíla, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica.
José de Lima Massano realçou, no recinto da Feira Agro-pecuária, que decorre de 15 a 18 deste mês, no Complexo Turístico de Nossa Senhora do Monte, que as autoridades acompanham cada passo para impulsionar a produção nacional, tendo já disponibilizado 330 mil milhões de kwanzas.
José de Lima Massano interveio na abertura da 20.ª edição da Feira do Gado da Huíla.
Na oportunidade, felicitou as acções desenvolvidas até aqui pelos pecuaristas e reconheceu os passos em curso para desenvolver e fortalecer o sector no país, pois os números falam por si.
Destacou o sistema de garantias públicas via Fundo de Garantia e as Garantias Soberanas para servir a produção nacional, particularmente o exercício de segurança alimentar, onde a pecuária também exerce um papel-chave até à consolidação da produção agro-pecuária, por exercer papel-chave na economia.
Assegurou que as autoridades vão continuar a prestar o devido apoio, dialogar com as associações e as federações, com o propósito de se encontrarem as melhores soluções para que este exercício seja salutar e haja cada vez mais resultados visíveis, apesar de algumas dificuldades.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica reconheceu também que, apesar de algumas dificuldades, "a nossa resiliência colectiva” tem mostrado juntos somos capazes de superar estes desafios e atingir os objectivos e, por isso, vamos continuar a contar com a força de todos e, particularmente, dos pecuaristas”.
O presidente da Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola, Salvador Rodrigues, disse a sua fundação acções tem desenvolvido acções para o fomento da criação animal diverso, melhoria da qualidade das raças e se definir uma linha concreta para o fomento do gado bovino, caprino e suíno para abate.
"Por esta via, vai-se estar próximo para potenciar as cooperativas de apostar cada vez mais no fomento animal e a partir daí aumentar a produção de carne nacional com qualidade e sanidade animal, numa ordem entre os 12 e 17 por cento ano”, disse, considerando que haja o apoio sempre concertado na aquisição de máquinas e equipamentos.
Salvador Rodrigues acrescentou que constam também entre as necessidades as áreas de abate, matrizes de melhor qualidade genética, transportes tecnológicos, treinamento de mão-de-obra local e outros imputes, factores necessários que contribuem para gerar mais empregos directos e indirectos.
Jovem criador de gado
O jovem criador de gado Arsénio Lopes explora uma área de 30 hectares, onde possui, actualmente, 500 cabeças de gado de raça e autóctone, cujo impulsionador, quando decidiu apostar na criação de animais, teve como o principal financiador o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
Explicou que o número de bovinos, há sete anos, ascendia às 1.350 cabeças, mas as inundações do espaço em consequência das enxurradas, reduziu pela metade os animais, estando, neste momento, a desenvolver acções para o fomento da criação e recuperar o efectivo animal perdido.
O agro-pecuarista Arsénio Lopes recordou que o seu primeiro financiamento foi 12 milhões de kwanzas, que serviram para adquirir 30 hectares de terras aráveis, vedar, criar condições para a actividade agrícola, fomento de gado bovino, suíno e caprino, incluindo aves.
Dos 20 trabalhadores que movimentavam a fazenda, foi forçado a reduzir pela metade pela razão da facturação ter reduzido consideravelmente e estar a ser difícil materializar os projectos que visam a reactivação industrial da produção de carne com a qualidade necessária para os mercados, sobretudo nacional. "As pestes têm atacado uma parte do gado que restou, mas temos feito tudo para evitar que os animais morram em consequência das doenças, principalmente nesta época seca”, referiu.